segunda-feira, 4 de julho de 2011
A alegria tímida de Gadú
Em show no último sábado, a cantora paulista Maria Gadú encantou o público do Siará Hall
Mesmo introspectiva, Gadú demonstrou empolgação com sua terceira visita a Fortaleza (ETHI ARCANJO ) Mesmo introspectiva, Gadú demonstrou empolgação com sua terceira visita a Fortaleza (ETHI ARCANJO )
“Obrigada, gente!” Bastavam estas duas palavras simples para o público ir ao delírio. A modesta Maria Gadú só agradecia, no intervalo de uma canção a outra, em show na última noite de sábado no Siará Hall. “Ela é tímida, né?”, murmurou alguém da plateia, formada na sua maioria por mulheres, que alternavam gritos e aplausos, para a surpresa mansa da cantora paulista.
Com show previsto para começar às 21 horas, Gadú e sua banda só subiram ao palco com 1h45min de atraso. Cerca de uma hora antes, os portões já tinham sido abertos e todos se acomodaram aos poucos, próximo ao palco improvisado logo na entrada do Siará Hall. O palco tradicional da casa era grande demais para Gadú, mas a energia era tamanha que contagiava.
Quando o povo começou a se juntar, o calor aumentava e a chuva lá fora só contribuía para abafar o ambiente. Logo ouvia-se as palmas de incentivo para o início do show.
Pouco tempo depois, lá veio Gadú, com seus óculos de aro vermelho. Não demorou muito para cantar os versos de Encontro. Logo depois, veio Bela Flor. Nem foi preciso pedir e já emendou sua música mais conhecida, Shimbalaiê, que foi tema da novela global Viver a Vida.
Mas, para a surpresa de muitos, nem foi esta a canção mais entoada pelo público. Quando iniciou Linda Rosa, Gadú teve que segurar a voz para deixar o público cantar sozinho. Durante todo o show, ela substituía os violões e poucos entendiam. “Nossa! Que tanto troca-troca é esse meu deus!”, exclamou uma moça.
O povo já tinha esquecido o calor. A chuva troava lá fora. Ao terminar Lanterna dos Afogados, Gadú percebe os pingos d’água e pergunta: “Vocês não estão tomando chuva não, né? Ah, é coberto?” Riu e tragou um cigarrinho como preparação para A História de Lily Braun, de Chico Buarque e Edu Lobo.
Mesmo introspectiva, Gadú demonstrou empolgação com sua terceira visita a Fortaleza. Ensaiou uns passinhos com Dona Cila e até jogou a toalha depois de Trem das Onze, para desespero de quem desejava o suor dela.
Depois de uma hora de show, ela encerrou com Escudos. Nos agradecimentos finais, prometeu voltar com repertório novo. “Foi um prazer imenso estar com vocês”. Deu um tchauzinho, saiu correndo. Minutos depois, voltou para a saideira Ne Me Quitte Pas. E o público saiu de mansinho, já com saudade. (Camila Vieira)
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2011/06/21/noticiavidaeartejornal,2258486/a-alegria-timida-de-gadu.shtml
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